A CIVILIZAÇÃO DAS CIDADES
A CIVILIZAÇÃO DAS CIDADES
A civilização das cidades, tem a ver com a sua vida própria que é o resultado do comportamento dos seus habitantes. Civilizar é educar, tendo em atenção os princípios e regras vigentes, de cuja correcta aplicação, conduz a uma boa harmonia social. Estuda-se a civilização de uma cidade ou dum País, baseando-nos no comportamento dos povos que o habitaram e ainda habitam, nomeadamente, na sua relação com a natureza. O homem brigou com a natureza, alterou o meio ambiente e adaptou-o ás suas necessidades. Talvez tenha feito mal. Mas foi necessário.
Nos períodos Paleolítico e Neolítico certamente o homem construía seus abrigos, suas casas, mas ao que se sabe, eram mais aldeias nada de parecido com uma cidade. As primeiras cidades tal como as conhecemos hoje, surgiram no Oriente e podemos dizer que a primeira delas foi Uruk, por volta de 4500 e3750 a.C. na região chamada Mesopotâmia. Hoje essa cidade é Warka e fica no Iraque.
O que é uma cidade? Uma cidade é um local de trocas materiais, com localização mais favorável á distribuição dos produtos da terra, à produção e à distribuição dos produtos manufacturados e industriais e também ao consumo de bens e utilização de serviços, estes, muito variados.
A cidade é por excelência a sede do poder administrativo, representativo do sistema económico, social e político e é igualmente o local privilegiado da função educativa e de grande número de fontes de lazer, espectáculos e representações que implicam a presença de um público bastante numeroso. Conclui-se daqui que as trocas materiais citadas ligam-se às trocas espirituais e daqui resulta a civilização.
A cidade é simultaneamente a expressão e o suporte da civilização. Uma cidade assume-se como tal a partir do momento que possui capacidade para conferir a cada indivíduo, seu habitante, o sentimento de pertencer a uma vasta comunidade que o ultrapassa e que, em troca dos direitos que lhes outorga lhes impõe deveres.
A complexidade crescente da cidade moderna é outra das suas características. A divisão em bairros passou a ser insuficiente para dar uma ideia do organismo urbano, tanto mais que as populações diferem pelos seus problemas étnicos, sociais e económicos, o que não deve impedir-nos de ver o carácter global do fenómeno urbano. A cidade vai perdendo a sua preponderância como local de trocas materiais e intelectuais. Aquilo que conferia personalidade à cidade atenua-se, dilui-se. A cidade hoje apenas suscita ódios, exasperos e rancores, o que nos leva a supor que a época das cidades já passou.
A cidade pode mudar.
João Brito Sousa
Bibliografia consultada – O Urbanismo, a civilização das cidades do MEIC