GOETHE, o príncipe dos poetas.
GOETHE, o príncipe dos poetas.
Por João Brito Sousa
É o autor de umas das obras mais belas da literatura ocidental, o Fausto.
Goethe foi um homem do pensamento. Educado no ambiente de protestantismo evangélico luterano, começou a afastar-se do cristianismo, profundamente, por ter aderido ao pensamento do filósofo luso-holandês Bento de Espinosa.
Goethe, tinha intuição panteísta, uma doutrina que, com as suas contradições internas era teoricamente insustentável, apesar de todas as filosofias terem a sua parte de verdade.
O pensamento fundamental de Goethe é que a Natureza é Deus, embora a inversa não seja verdadeira. A natureza não foi criada por Deus; ela é uma das infinitas dimensões do ser de Deus, um dos infinitos atributos eternos do Absoluto Divino enquanto exteriorização no espaço-tempo e, o homem, como ser natural, é assim um modo da Divindade.
A outra dimensão do Absoluto que nos é acessível é o pensamento. Segundo Espinosa os restantes atributos de Deus, embora infinitos em número, estão radicalmente fora do nosso alcance. O Homem só conhece, portanto a Natureza e o Pensamento. Mas não se trata aqui de um pensamento consciente; trata-se apenas da Racionalidade imanente ao mundo natural, à qual obedece no todo e nas partes a Natureza-Deus.
O Homem superior é, pois, o homem da Razão e “os Homens da Razão são para Goethe, são essencialmente o Artista, o Cientista e o Grande Homem de Acção (como Napoleão)
O Artista é aquele cujo espírito é sensível ao esplendor da Harmonia Eterna que rege o Todo. Esse esplendor é a Beleza; e a função do artista é fixar o belo na palavra, no mármore, nas cores, no som, a fim de que o Absoluto se manifeste em obras acessíveis ao comum dos espíritos mortais, possibilitando-lhes, a eles também a elevação ao Humano.
O Cientista, por seu lado, é aquele que busca as leis universais, eternas, imutáveis (que não admitem excepções) que deriva do facto de cada um ser uma espécimen de uma «Forma – Função» do Todo, ou por outras palavras, que derivam do facto de cada um ente não estar fechado nem isolado em si mesmo, na medida em que, essencialmente, ele é uma estrutura funcional que o liga a tudo o que está antes e a tudo o que está depois e que portanto também o liga á Totalidade Omnipresente.
O Grande Homem de Acção é aquele que o âmbito sócio político, sendo capaz de perceber o que está caduco, por ter perdido razão de ser, sabe utilizar os meios disponíveis com flexibilidade, «soupless» e audácia, mobilizando-os segundo a razão histórica, de modo a que o indivíduo isolado se possa erguer mais alto n avia que leva ao Universalmente Humano.
“Tudo o que passa não é senão símbolo, o imperfeito acaba-se aqui, o eterno feminino atrai-nos para o Alto”.
Fonte. GOETHE, Máximas e Reflexões.